terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Há tempo?

Não há mais tempo para o nada, não há mais tempo para a preguiça e o desconforto. Nessas etapas de final de ano nos voltamos pra nós mesmos, fazemos balanços do ano, da vida, do sentido maior que nos impulsiona. Somos nada além de navegantes num mar de flores e espinhos. Coordenamos nossas vidas a partir dos objetivos, dos fins, dos meios e nos metemos cada vez mais nos sorrisos, lágrimas, enganos, vaidades, veleidades, promessas não cumpridas, promessas de ano novo, juramentos de amor. Na verdade, sem querer pedir perdão, nos envolvemos prioritariamente com os outros pela simples vaidade de ter algo em comum. Geralmente, achamos que amamos os outros pelo fato deles nos amarem e caímos deliberadamente no chão do teto e no teto do chão quando percebemos que amamos alguém porque a pessoa nos ama, mas não importando que o central é que você ama a pessoa pelo simples fato de se amarem unilateralmente, ou seja, você ama, durante a maioria das vezes porque a pessoa te agrada, te seduz, te embriaga de elogios ou presentes, de prazer, de idiossincrasias aparentemente saudáveis. O problema maior é que você se dá conta do perigo quanto não há mais tempo: Você e seu amor tem algo em comum: o fato de os dois amarem a mesma pessoa – você mesmo. Façamos então um acordo de não promessas e de mais amor incondicional, onde amamos porque amamos e não porque nossa vaidade nos pediu. Sejamos constantes com nossos amores – amigos, pais, filhos, cônjuges, namorados. Do contrário passaremos para o campo da exterminação autofágica: amaremos nosso inimigo pelo simples fato de existirmos. O melhor seria perdoar¿ Não sei. O que sei é que precisamos deixar de fazer pessoas descartáveis, como se fossem objetos do nosso prazer, dando aos próximos o que eles nos entregam. Façamos diferente, daremos a nós o que não fere, não limita, não algema, não apaga, não enforca. Daremos amor a nós mesmos antes de usar os outros como objetos de nosso prazer. Senão ficaremos a vida toda dizendo que somos rasos culpando nossos traumas, fazendo do que achamos profundo uma superficialidade confortável. Paremos por aqui e não deixemos de ir adiante, nunca, sempre. Feliz amor, feliz 2012.