Não há mais tempo para o nada, não há mais tempo para a preguiça e o desconforto. Nessas etapas de final de ano nos voltamos pra nós mesmos, fazemos balanços do ano, da vida, do sentido maior que nos impulsiona. Somos nada além de navegantes num mar de flores e espinhos. Coordenamos nossas vidas a partir dos objetivos, dos fins, dos meios e nos metemos cada vez mais nos sorrisos, lágrimas, enganos, vaidades, veleidades, promessas não cumpridas, promessas de ano novo, juramentos de amor. Na verdade, sem querer pedir perdão, nos envolvemos prioritariamente com os outros pela simples vaidade de ter algo
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Há tempo?
sábado, 3 de setembro de 2011
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
ilha
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Agridoce
Hoje acordei madrugado
Vou te chamar pra sair na noite estrelada
Com nossas mãos dadas e idéias cadentes
Não sou assim como queria ser
Quero ver meu sangue correndo novamente venoso
Saber do simplesmente sem muita complicação
Perder um pouco do sentido pra estar totalmente sério
E brincar, brincar de Deus atolado em desejos do mundo
Quero ser a surpresa mais agradável e infame
Ouvir seus suspiros debaixo do nosso teto-estrelas
Sentir teu cheiro de flor, gosto agridoce de sua carne e pescoço
Hoje madruguei acordado
Vou deixar a noite se encher de luas
Com nossos braços envoltos uns nos outros
Sou assim como quero
Endovenosamente férvido e quente
Ser complicado, pois não posso simplificar o indecifrável
Ganhar sobriedade pra me perder em sono plácido
E desejar, desejar o mundo atolado nos brinquedos de Deus
Quero ser previsível, famoso só pra uma pessoa
Fechar o teto-estrelas com a mão que poderia
Abraçar seu corpo suado, cheiro doce e amargo de nosso encontro
Só isso!
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Águas que brilham
Oh, minha cidade
De caóticos cantos urbanos
Quando trafego por entre a tua noite
Sinto teu calor ululante
Tua fome de teus prédios abandonados
Escuto, mudo por detrás das igrejas
Teus ratos boêmios que cheiram sangue
Teus históricos e abjetos silêncios
Mora em mim o que moro em ti
Minha cidade resguardo
Minha cidade fantasma
Que me dá o gosto temporal nos ouvidos
Me nega o semblante abastado de suas rezes
E me grita pausadamente suas rezas
Oh, minha Uberaba sem nome
Teu nome é minha assinatura
Tua chuva densa e teu sol rarefeito
Teu mercado antigo
Nossas Santas Teresinhas no pescoço da colina
Tuas folias de reis vivos e mortos
Teus janeiros atrofiados
De veias que sangram meu sobrenome
De largos que ostentas sem estrelas
Oh, cidade nascente
Deságua em mim lágrimas secas
Anárquicas, impróprias, cadentes
Procuro em ti, cidade poente
A barra do dia que cobre a poeira
Teu jeito sereno de maltratar os forasteiros
Teu jeito ímpar de trazer despátrios
Tua fome horrenda de palavras orlândicas
Tua sede de esquinas normativas
Ruas e ruelas, párocos e pálpebras cegas
Minha megalópole de jamais
Meu Zebu caminhante
Me deito a teu mar
Sob a luz de céu profundo
Tens em mim palavras imundas
Tenho em ti profano olhar
De longe, quando em pátrias outras
Quero teu colo mais uma vez
Lembrar sereno como tuas ruas de pedras
Que saio de ti para longe
Não foges de mim nem de perto.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
samba interlúdio
Acorda amor
Tu não pensas a dor
Que foi pra eu criar essa trova
Vais, pois já foste embora
Quem agora chora é o seu amor
Se ainda tens piedade
Encaras a cidade que tu tens
E vês que o amor foi mui pouco
Pra deixar-te o rosto em jasmim
No carnaval me deixas, sé é que tu tens queixas
De falares de mim
Pois meu amor tão torto
Não custou meu sono, só meu jardim
Amor, tu tens mesmo sorte
Porque o teu suporte
É maior que o meu
Tenhas somente a vontade
De ser de verdade
Como eu
Mas, se a diabrura te cobra
O que tua mão já disse
Não vale a pena
Se em tu ela é pequena
No coração é grande como teu amor
primeiro samba
Hoje você não me quis
Tentei eu ser feliz depois
Tentei muito mais, ser rapaz, ser Noel
Mas meu bem não quis
Não fui infeliz depois do não
Aprendi que a gente morre
Depois escolhe o que teve
Foi um samba tão bonito
Que meu jeito esquisito não suportou
Chamou, chamou, mas ninguém escutou
Foi choro, que ninguém escuta
Foi torro, que ninguém labuta
Mas foi o que sobrou
Da alma fraca e sólida que restou
Amor, quis eu que fosse mais
Eu, simples rapaz, vc, triste moça
Agora o tempo te come, e eu que fui só homem
Amor incapaz...
Amor, tenha de volta
Aquilo que te sobra, do espírito rico que tu tens
Espera a alma envolta
Em algum motivo, meu bem
Deus, as vezes me perdoa
As vezes me atordoa
As vezes me contêm
Tenho na face essa marca
Tenho na alma essa barca
Que vou eu e mais ninguém
Tenho no sol todo brilho
No meu estribilho, ninguém.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
sciens quia venit hora ejus
As coisas acontecem na vida com empolgação. Isso mesmo. Empolgação. Não dá pra falar nem em acaso nem