sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Nada que se mova no universo me move
Quando se une um verso a outro me perco
De perdidas letras espalhadas na mesa
Me peço e despeço milhares de vezes, atonitamente
Algo me mata lentamente
Um grito que força em sair e que nada ganha
Nada significa além de uma triste sensação

Apago lentamente o verso que teima em se regenerar
Nele tenho meus dias, horas, segundos semimortos
Nas linhas do tempo se escrevem linhas em círculos atormentados e finos
Algo me mata lentamente
No barulho interminável do relógio os versos se esvaem

E depois me levanto, o espanto de levantar me vem
Ninguém por perto, deserto erro-acerto em mim, perene
Tento me evitar, mas meu eu vem me buscar em força tamanha
Que em mim estranha, estranho

Não peço apreço, morto eu pediria
Mas ando em quartos, terços, duos
De minha estação não queres nada
De minha estação: água

Me perco e me acho, me tenho e me perco
Mas, que tamanho tinha o máximo enjaulado¿
Ando, mando, obedeço. Antes de tudo o nada de mim...nós mesmos

E por onde anda, tenho fé que tenhas
Fé intensa nas passadas de andares e passos
Me embaraço pelo que ouço, me acho pelo que escuto
Amor absoluto, nada mais

Morrer em paz seria no poema
A mão pequena tece o que sobra
Te tenho, te esqueço
Amor maior não mereço
Amor pior eu esqueço
Soneto

Som...ethos

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