segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

VIVER

A vida é um campo aberto. Uma vasta praia onde os olhos se deixam marear pelas ondas e pelo sal. A vida passa lentamente pra alguns e rápido demais pra outros, principalmente se esses outros são representantes do nosso meio de amor na terra.
O mundo é um passe de mágica, onde as pessoas nascem, crescem e morrem, aprendem, esquecem e tornam a aprender. É onde vemos amizades nascerem e amigos partirem no barco da eternidade, deixando saudade e ternura, lembranças e passados que não passam. Nesse planeta somos a história viva de nosso povo, de nossa espécie, raça, crença, etnia, amores, desamores, amizades e triunfos. Também é palco inevitavelmente pleno de nossos fracassos, erros, temores, acertos, tropeços, vitória, memórias e eternificações. Viver é motivo por si, não precisamos de quimeras fluorescentes pra dar sentido à vida. Ela está nos nossos pais, filhos, amantes, amigos, inimigos. Amar é o próprio viver. Amamos as flores, o brilho do mar, as nuvens, o campo, o deserto. Há ainda aqueles que amam a guerra, a penúria, o lamento e as carnificinas, desses últimos só lembraremos na História, dos primeiros a Memória trata de eternizar. Nossas palavras e corpos são nossos campos de ação, limitados pela linguagem ou pela possibilidade, acabam por nos dar as maiores sensações que podemos ter, lendo um livro, escrevendo um poema, compondo uma canção, correndo na tarde fresca, sentindo o amor do outro e fazendo o outro sentir também. Passemos então a olhar nossos pés, por onde andaram, porque andaram, porque não pisarão e não pisariam. Não ousamos às vezes e perdemos por isso, ousamos demais e sofremos. É necessário, prioritariamente necessário, saber escolher entre a dor da frustração e a dor da dúvida de nunca ter tentado, entre o sol poente visto da colina ou do engarrafamento, da água que sacia ou daquela que afoga, do amor que alimenta ou do sentimento que transforma nossos possíveis gostos em fel profundo. Só isso poderia saciar a alma? É uma pergunta que passaremos toda a vida tentando responder.

Nenhum comentário:

Postar um comentário